Resumo – 3 Horas de Santa Cruz do Sul

As últimas semanas foram agitadas para os fãs de automobilismo, com provas e eventos épicos como as 24 Horas de Nürburgring, e as subidas de montanha de Pikes Peak e Goodwood e claro, das unânimes 24 Horas de Le Mans, também foi disputada a terceira etapa da Endurance Brasil, com diversas novidades importantes no grid, principalmente devido a estréia de três novos protótipos na categoria P1: o DTR1 #110 com motor Honda K20 Turbo da DTR Motorsports, o AJR #80 com motor Nissan VQ35 V6 da Kia Power Imports e o AJR #46 com motor Audi 20V Turbo da Mottin Racing, que veio substituir o MCR Grand Am Lamborghini da equipe, e que já havia participado das 12 Horas de Tarumã em 2018.

Num final de semana movimentado, o AJR #11 de Emílio Padrón, Thiago Marques e Marcelo Vianna sofreu um incêndio de grandes proporções, mas que apenas causou danos materiais, durante o segundo treino livre. Outra grande ausência, mas por bons motivos, foi do piloto vencedor da etapa de Goiânia, Daniel Serra que não participou da prova pois estava disputando.


Resultado do treino classificatório para as 3 Horas de Santa Cruz do Sul.

Mesmo com essa baixa, a prova contou com um grid consistente de 33 carros, dos quais ao menos 14 com condições de lutar pela vitória da prova (10 na P1 e 4 GT3). Nos treinos livres, ficou claro que os carros da P1 seriam os protagonistas da prova, pois foram consistentemente mais velozes cerca de 3 a 4 segundos quando comparados aos GT3, fato já esperado devido as características da pista em Santa Cruz do Sul, com diversas curvas de baixa que favorecem modelos mais leves e capazes de retomar velocidade com maior rapidez. Nos treinos classificatórios, a disputa pela pole se concentrou entre os AJR, com o carro #65 da NC Racing estabelecendo a pole provisória com um tempo de 1:12.363, 78 milésimos de segundo mais veloz que a pole de 2018. Contudo, no final do treino o catarinense Vicente Orige conseguiu melhorar o tempo em 0,021 segundos, garantindo a segunda pole consecutiva em 2019. Não participaram do treino classificatório a Lamborghini #18 e o Aston Martin #63, além da Mercedes CLA #14 de Junior Victorette que sofreu um acidente na tomada de tempos, o protótipo DTR1 que teve problemas eletrônicos e o MC Tubarão IX que sofreu com uma quebra de motor. Na categoria GT3, a pole ficou com a Mercedes #8 de Guilherme Figuerôa e Julio Campos, com Stuart Turvey e Renato Turelli na pole da categoria P2. Na P3, foi mais rápido o trio Henrique Assunção, Marcelo Vianna e Emilio Padròn a bordo do MRX #75, e na GT4 a pole foi da dupla Renato Braga e Renan Guerra, que botaram mais de 3 segundos de vantagem sobre o segundo colocado. Nas demais categorias (GT3 Light, GT4 Light e P4), apenas 1 carro se treinou, garantindo a pole automaticamente.

Na largada lançada, o sulmatogrossense Beto Ribeiro pulou melhor e garantiu a liderança, abrindo boa vantagem nas voltas iniciais sobre Vicente Orige. O protótipo Ginetta manteve a terceira posição, seguido pelos AJR #113 e #5. Quem não fez boa largada foi o piloto Henrique Assunção, que caiu da quarta para a nona posição, sofrendo ainda um toque que quebrou o endplate esquerdo da asa traseira do AJR #175.

Na GT3, Xandy Negrão assumiu a ponta na segunda volta, seguido por Guilherme Figuerôa na outra Mercedes.

Na P1, o AJR #46 apresentou problemas de falta de potência logo no início da prova, o que comprometeu o restante da corrida para esse carro. Por enquanto equipado com motor Audi 20V Turbo, a Mottin Racing promete vir com uma motorização surpreendente (vale lembrar que a Mottin capitaneou o MCR Grand Am com motor Lamborghini V10 até 2018).

Com menos de 10 minutos de prova o primeiro Safety Car foi acionado, quando a Lamborghini #18 da Mottin Racing ficou parada na entrada do S de alta. Na relargada, o cascavelense David Muffato conseguiu se aproveitar do trafego e ultrapassar a Ginetta G57 para obter a terceira posição.

Menos de uma volta depois, foi a vez do motor do AJR #46 desistir de vez, deixando um rastro de fumaça e óleo que levou a uma nova entrada do carro de segurança, reagrupando os quatro primeiros colocados sem nenhum retardatário entre eles. Nova relargada, e dessa vez nenhuma novidade entre os primeiros colocados até a primeira rodada de paradas obrigatórias.

No retorno dos boxes, a Ginetta #20 de Wagner Ebrahim conseguiu tomar a liderança da prova, porém os quatro primeiros colocados ficaram muito próximos, até que Nilson Ribeiro rodou logo após a reta dos boxes, deixando momentaneamente a disputa pela primeira colocação. Nova entrada do safety car, dessa vez para permitir a retirada do protótipo Sigma P1 que parou em posição perigosa, e na relargada a disputa foi boa entre Wagner Ebrahim, Tarso Marques e Pedro Queirolo, e quem melhor aproveitou o momento foi o piloto do AJR #113 que obteve a segunda posição aproveitando-se de que o carro de Tarso Marques perdia rendimento em trechos de alta por estar com parte da porta esquerda da Mercedes CLA de Marcelo Karam presa à sua asa traseira.

Mas a disputa durou pouco, pois o carro de segurança voltou novamente, agora para a retirada do AJR #80 de Rafael Suzuki, que se envolveu em um toque com a Mercedes AMG GT3 de Guilherme Figuerôa, retirada que sequer foi necessária pois ambos os pilotos conseguirão retornar à pista por conta própria. Na relargada, ambos os AJR negociaram melhor as ultrapassagens sobre os retardatários, relegando a Ginetta à terceira posição da classificação geral. Mas essa situação não perduraria, já que poucas voltas depois foi a vez de Pedro Queirolo se enrolar com os retardatários, cedendo a primeira colocação à Tarso Marques e a segunda a Pedro Aguiar.

Na P2, o protótipo Scorpion Hayabusa vinha liderando com folga, até que uma quebra no eixo traseiro o tirou da disputa. Com o protótipo GeeBee R1 fora da disputa após a troca para o motor reserva a equipe encontrou um problema com a especificação do escapamento, que reduziu drasticamente a potência do motor, a vitória ficou tranquila para a dupla Mauro Kern e Paulo Sousa, à bordo do protótipo MC Tubarão IX. Faltando menos de uma hora para o fim da prova, Pedro Aguiar, então segundo colocado da prova se envolveu em um acidente ao aplicar uma volta sobre a Mercedes de Xandy Negrão, então líder da GT3 e quinto colocado geral. Faltando meia hora para o fim da prova, mais uma vez o safety car foi chamado para a pista, para permitir a retirada do Scorpion #37 e do MRX #56, que estavam parados na pista (em local afastado e já a muitas voltas, diga-se de passagem). Essa situação acabou favorecendo o piloto José Roberto Ribeiro, que já havia conseguido se recuperar da sexta para a terceira posição, e acabou ficando próximo dos líderes da prova.

Dada a relargada, o sulmatogrossense entrou em modo de classificação, cravando volta rápida atrás de volta rápida, até chegar e ultrapassar sem tomar conhecimento do segundo colocado, o paulista Pedro Queirolo com menos de 15 minutos de prova.

Na GT3, o Porsche 911 GT3 R de Ricardo Maurício liderava com folga, mas a briga pela segunda colocação era boa entre a Ferrari #19 de Marcos Gomes e a Mercedes #9 de Xandinho Negrão, onde o piloto da macchina italiana acabou levando a melhor.

Instantes depois foi a vez de Beto Ribeiro chegar em Tarso Marques, na disputa pela primeira posição da classificação geral, colocando de lado e ultrapassando na reta dos boxes. Mesmo com a asa móvel acionada do #88, o carro #65 passou sem maiores dificuldades, numa prova da incrível preparação do motor Chevrolet V8 realizado pela equipe Motorcar, que parece render mais do que os motores de fábrica preparados pela JL.

Na GT3, Marcos Gomes começava a se aproximar perigosamente do líder Ricardo Maurício, tirando quase dois segundos por volta. A briga prometia ser boa nos últimos minutos da prova de Santa Cruz do Sul, porém sequer chegou a ocorrer: faltando menos de 2 minutos o piloto do Porsche 55 colidiu com o Audi RS3 LMS #64 ao aplicar uma volta, quebrando a suspensão dianteira direita.

Por fim, veio a bandeirada, confirmando a vitória de Beto Ribeiro e Nilson Ribeiro, com segunda colocação de Tarso Marques e Vicente Orige. Na terceira posição, outro AJR, o de David Muffato e Pedro Queirolo, seguidos pelo trio do Ginetta G57 #20 e completando o pódio na geral o AJR #5 da MC Tubarão.


Resultado das 3 Horas de Santa Cruz do Sul.

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