Os carros mais rápidos da história em Goodwood

Para os aficionados por todas as formas de automobilismo, talvez a grande “Meca” seja o Goodwood Festival of Speed. Realizado desde 1993, o evento reúne estrelas de todas as modalidades de automobilismo, tanto as que estão na ativa quanto os grandes heróis do passado. Em 2016, por exemplo, estiveram presentes pilotos como: René Arnoux, Jenson Button, Emerson Fittipaldi, Jochen Mass, Stirling Moss, Riccardo Patrese, John Surtees, Mark Webber, Derek Bell. Mais do que isso, quem vai ao evento tem a oportunidade de ver máquinas de todas as eras e vertentes do automobilismo, como carros de Grupo C, F1, WRC, LMP, Indy, NASCAR, Pikes Peak, Grupo B, além de máquinas de sonho como Bugatti Chiron, McLaren P1, LaFerrari. Um dos pontos altos do é a competição de hillclimb, disputada em uma pista de 1,16 milhas construída especialmente para o evento. Vamos apresentar aqui os 20 tempos mais rápidos já registrados oficialmente no evento, e no caso de pilotos que participaram em mais de uma edição com o mesmo carro apenas o melhor tempo será contado. [Esta publicação foi atualizada em 21/06/2021].

29. Olivier Hancock – LEC CRP1 Cosworth (2015) – 47s26

Desenvolvido para a temporada de 1977, o CRP1 foi o único carro genuinamente projetado pela LEC Refrigeration, equipe patrocinada pela empresa de sistemas de refrigeração homônima. Desenhado por Mike Pilbeam e pilotado por Mike Earle e David Purley, disputou sem marcar pontos 5 provas do campeonato mundial de 1977, e seu momento mais memorável foi o acidente no GP da Inglaterra, em Silverstone, onde Purley atingiu um muro e sofreu o que foi considerada por anos a maior desaceleração à qual um ser humano sobreviveu, com estimados 179,8 g de desaceleração. Ambos os carros foram restaurados e hoje participam de competições históricas. Em 2015 Olivier Hancock cravou um tempo de 47s26 e a sétima colocação no shootout.

28. James Littlejohn – LEC CRP1 Cosworth (2015) – 47s19

Dirigindo o outro LEC CRP1, o inglês James Littlejohn conseguiu ser 7 centésimos mais rápido que Olivier Hancock e obteve a 6ª colocação no shootout de 2015.

27. Michel Lyons – Hesketh 308E Cosworth (2015) – 47s17

Também de 1977, o 308E foi o último carro criado pela Hesketh antes de sua falência em 1978. O modelo sofreu para passar a pré-classificação durante as temporadas de 1977 e 78, se retirando do mundial de F1 sem marcar pontos. Projetado por Frank Dernie e Nigel Stroud. O 308E foi um projeto bem convencional, com monocoque de alumínio, motor Cosworth DFV e uma transmissão Hewland. O carro ficou conhecido por ostentar patrocínio da revista masculina Penthouse, e ainda participou de diversas provas do campeonato britânico de Fórmula 1 onde apresentou resultados medianos. O tempo de Lyons em 2015 o colocou na 5ª colocação do shootout, com apenas 2 centésimos de segundo de vantagem para o LEC CRP1 de James Littlejohn.

26. Jeremy Smith – Spice SE88 Cosworth (2021) – 47s16

Desenvolvido para a temporada de 1988, o SE88 foi uma evolução do carro de 1987 e era elegível para competição tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, podendo competir dentro dos regulamentos dos Grupos C e C2 e IMSA GTP e GTP Lights dependendo da motorização escolhida. Equipado com a motorização Cosworth, e pilotado por Ray Bellm e o próprio Gordon Spice, o SE88 foi dominante no Mundial de Marcas com 11 vitórias em sua classe das 12 provas disputadas, incluindo as 24 Horas de Le Mans. Em 2021, Jeremy Smith fez uma bela prova obtendo a terceira posição geral.

25. Roger Wills – Williams FW05 Cosworth (2010) – 47s15

Segundo carro construído pela esquadra de Frank Williams, o FW05 foi desenvolvido para a temporada de 1976 usando como base um Hesketh 308C de 1975 comprado por 450.000 libras esterlinas, que foi redesenhado pelo inglês Harvey Postlethwaite. Equipado com o powertrain padrão da época (motor Cosworth DFV + transmissão Hewland DG400), o carro foi pilotado por diversos pilotos, incluindo Jacky Ickx e Arturo Merzario, porém falhou em marcar pontos na temporada. Em 2010 Roger Wills o pilotou com esmero pelas 1,16 milhas da pista em Goodwood para vencer o shootout.

24. Kenny Brack – McLaren P1 LM (2016) – 47s07

Criado em 2015 para celebrar os 20 anos da vitória do McLaren F1 em Le Mans, o McLaren P1 GTR nasceu como um carro apenas para as pistas. Alguns proprietários, desejando usar seus bólidos também nas ruas, recorreram a empresa inglesa Lanzante Motorsports para converter os P1 GTR em carros de rua. Vendo esse movimento a McLaren decidiu produzir cinco novos carros chamados P1 LM, seguindo as especificações dos carros convertidos pela Lanzante. Inscrito com esperanças de vencer o shootout, o sueco Kenny Brack levou o P1 LM pela pista de Goodwood em um tempo de 47s07, e apesar de ter ficado em segundo lugar garantiu aquele que seria o recorde da pista para um carro de rua até então.

23. Jeremy Smith – March 2-4-0 Cosworth (2015) – 47s05

Após o relativo sucesso do Tyrrell P34 na temporada de 1976, o projetista Robin Herd da March Engineering começou a flertar com a idéia de carros de 6 rodas. Após analisar o design do P34 e chegar à conclusão que as grandes rodas traseiras ainda deveriam ser responsáveis por cerca de 40% do arrasto aerodinâmico total, ele criou o conceito 2-4-0, que usava quatro rodas menores similares as dianteiras na traseira, de forma a não perder tração. O carro foi construído usando como base um March 761 em 1976 e testado durante 1977, porém a necessidade de maiores investimentos para uma transmissão mais robusta fez com que a March cancelasse o programa. Em 1979, o piloto inglês de hillclimb Roy Lane reviveu o conceito utilizando um March 771, e a transmissão desenvolvida pela March, mas acabou revertendo para as quatro rodas convencionais após enfrentar problemas de falta de confiabilidade. Em 2015, Jeremy Smith dirigiu o March 2-4-0 no shootout e garantiu a quarta posição na classificação.

22. Anthony Reid – Chevron GT3 (2012) – 46s46

Em 2010 a Chevron apresentou seu primeiro carro de corridas desde a década de 1960, o GR8. Baseado no esportivo de rua B8 GT, era equipado com um motor Cosworth 2.0 e foi produzido até 2011. Em 2012, o modelo GT3 foi apresentado, baseado no chassi do GR8, porém equipado com um motor 3.5 de 420 HP. Projetado levando em conta o regulamento GT3 da época, o carro tem sido usado em diversas competições como o campeonato britânico de GT. No ano de sua apresentação a Chevron inscreveu o carro em diversos eventos de hillclimb como forma de divulgar o novo modelo. Nas mãos de Anthony Reid, piloto oficial da fábrica, o GT3 cravou um tempo de 46s46 no shootout de 2012 e garantiu uma emocionante vitória, frente a oponentes utilizando carros de Grupo C e Fórmula 1.

21. Jörg Weidinger – BMW E36 Judd V8 (2018) – 46s43

O BMW E36 da foto começou a vida como um pacato 320i 1990, com o qual o piloto alemão Georg Plasa começou a competir em 1999. Inicialmente o carro recebeu um motor S14 de quatro cilindros de um M3 E30, que foi preparado para render cerca de 400 HP. Devido a elevada potência, o motor sempre operava muito acima do próprio limite, exigindo pesada manutenção após cada evento. Em 2003, Plasa resolveu o problema ao adquirir e instalar no BMW um motor Judd KV675 V8, o mesmo que equipava carros da categoria LMP2 da época. Exceto pelo monobloco original, todas as partes possíveis foram ou eliminadas ou reconstruídas em fibra de carbono, resultando em um carro de 895 kg e 560 HP. Com esse modelo, Georg venceu seis vezes o campeonato europeu de Hill Climb. Após a morte do piloto, na Cuppa Bruno Carotti em 2011 ao volante de outro carro, o E36 foi adquirido por Klaus Wohlfarth, fundador da KW Suspensions, e desde então foi reformado para voltar a sua condição original. Em 2018, Jörg Weidinger obteve um tempo de 46s43, ficando com a terceira posição na classificação geral e como o melhor carro com motor de combustão interna do ano.

20. Jeremy Smith – Penske PC22 Chevrolet (2017) – 46s22

O Penske PC22 foi projetado por Nigel Bennett para a temporada 1993 da Fórmula Indy, onde foi pilotado por Emerson Fittipaldi e Paul Tracy. Durante o ano a Penske obteve 8 vitórias, incluindo as 500 Milhas de Indianápolis pelas mãos de Fittipaldi, e também o segundo e terceiro lugares no campeonato de pilotos para Fittipaldi e Tracy, respectivamente. No shootout de 2017, Jeremy Smith perdeu a vitória por apenas 9 centésimos de segundo para o veterano Justin Law.

19. Travis Pastrana – Subaru WRX STi Gymkhana (2021) – 46s20

Um dos participantes mais impressionantes do Shootout de 2021, Travis Pastrana trouxe seu Subaru WRX para provar que o carro era capaz de mais do que belas exibições em vídeo. Desenvolvido para a décima-primeira edição da Gymkhana e equipado com um motor boxer billet de 826 HP e com um kit aerodinâmico equivalente a uma versão moderna do Grupo B e com elementos similares aos da DTM e WRC, o norte-americano pilotou de forma maestral para cravar o segundo melhor tempo.

18. Justin Law – Jaguar XJR12D (2017) – 46s13

O Jaguar XJR-12 foi o modelo da TWR/Jaguar desenvolvido para a temporada de 1990, com vitórias nas 24 Horas de Daytona e Le Mans. Em 1991, o modelo se tornou inelegível para o Campeonato Mundial de Esporte-Protótipos (devido a mudança de regulamento, que forçava o uso de motores 3.5 similares aos dos F1 da época), mas continuou competindo nos Estados Unidos nas provas da IMSA, porém sem obter grandes vitórias. O modelo em questão é um dos últimos construídos, e foi o vencedor do shootout de 2017 conduzido por Justin Law.

17. Jonathan Palmer – Williams FW08B Cosworth (1995) – 46s06

Última tentativa de criar um carro de seis rodas para a Fórmula 1, o FW08B foi desenvolvido em 1982 usando como base o vitorioso FW07, visando melhorar a tração numa época onde as equipes começavam a migrar para os motores turbo. Segundo algumas fontes o carro teve um desempenho excelente, e o piloto inglês Jonathan Palmer afirmou que era impossível dizer que o carro possuía dois pares de rodas traseiras pelo seu comportamento na pista. Contudo a FIA baniu expressamente os carros de seis rodas a partir de 1983 e o projeto foi abandonado. O próprio Palmer voltaria a pilotar a máquina em 1995 para obter a vitória com um tempo de 46s06, então o recorde da pista.

16. Rod Millen – Toyota Celica “Pikes Peak” (2015) – 45s88

Construído com uma estrutura tubular, carroceria de fibra de carbono e equipado com um motor utilizado nos carros do IMSA GTP da Toyota (versão norte-americana do Grupo C), de 2,1 litros e cerca de 850 HP, o Celica Pikes Peak Special foi pilotado por Rod Millen em Pikes Peak no ano de 1994, quebrando o recorde da pista em cerca de 40 segundos e estabelecendo o recorde para o traçado totalmente sem pavimentação. Esse recorde foi tão absoluto que só foi quebrado 13 anos depois pelo japonês Nobuhiro Tajima, numa época onde o traçado já era parcialmente pavimentado. Após 21 anos de sua vitória histórica, o americano voltou a competir com sua máquina, cravando o terceiro tempo e subindo ao pódio em 2015.

15. Michael Bartels – Maserati MC12 “Goodwood Cent 100” (2014) – 45s82

Desenvolvida para o retorno da Maserati às pistas no campeonato de FIA GT1 a partir do chassi da Ferrari Enzo, o MC12 representou também a ressurreição dos especiais de homologação que reinaram em Le Mans na segunda metade da década de 1990. Apesar de sua entrada não ter sido permitida na prova francesa, o carro dominou o campeonato de FIA GT1 garantindo o campeonato de construtores para a Maserati em 2005 e 2007, e apenas equipes utilizando o carro foram campeãs entre 2005 e 2010. Para o centenário da marca em 2014, um chassi reserva foi utilizado para criar o MC12 “Goodwood Cent 100”, que recebeu uma pintura comemorativa das vitórias da marca nas pistas. Como não precisava mais utilizar os restritores especificados pelo regulamento de GT1, o time da Maserati retrabalhou o motor para atingir uma potência de 766 cv. Nas mãos do ex-piloto de fábrica Michael Bartels, o MC12 cravou o segundo lugar, perdendo apenas para o monstruoso Peugeot 208 T16 de Sebastian Loeb.

14. Jean-Phillippe Dayraut – Midjet Mini Pikes Peak (2015) – 45s51

Outra máquina que competiu em Pikes Peak, o carro do francês só tem a aparência de um Mini. Com estrutura tubular e carroceria de fibra de carbono, o bólido é equipado com um motor central retirado de um GT-R e preparado para render cerca de 900 HP, que aliados ao baixo peso de 950 kg o tornam em um pequeno foguete das pistas. Em 2015 o piloto tentou a sorte no evento inglês, perdendo apenas para o igualmente monstruoso Impreza “Gobstopper II” de Olly Clark.

13. Martin Strelton – Tyrrell P34B Cosworth (2000) – 45s05

Numa época onde praticamente todas as equipes utilizavam o mesmo motor (o Cosworth DFV), o projetista Derek Gardner da Tyrrell viu que a única forma de ganhar velocidade frente aos rivais seria reduzindo o arrasto aerodinâmico. Percebendo que boa parte desse arrasto vinha da interação das rodas dianteiras com o ar, ele criou o conceito do P34, trocando as duas rodas dianteiras convencionais por quatro pequenas rodas de 10”. Único carro de seis rodas a competir na F1, a estréia do P34 foi em 1976 e levaram a Tyrrell a terceira posição no campeonato de construtores, atrás apenas de Ferrari e McLaren. Para 1978, o modelo foi atualizado para sua especificação B, porém o desinteresse da Goodyear em desenvolver os pequenos pneus dianteiros resultou numa queda de desempenho do modelo, e desde a virada do milênio o carro tem tido grande sucesso nas provas de F1 históricos após a fabricante Avon desenvolver pneus dianteiros adequados para o modelo. Um dos que pilotaram o P34 nessa época foi o inglês Martin Strelton, que em 2000 guiou seu P34B para a vitória no shootout.

12. Rob Bell – McLaren 720S GT3X (2021) – 45s01

Desenvolvido pela McLaren como uma versão “sem limites” do 720S GT3, o GT3X apresenta um aumento maciço de potência em relação ao GT3 homologado, com os mesmos 720 cv da versão de rua e a opção de um botão push-to-pass incrementando esse número em mais 30 cv, explorando ao máximo o desempenho do chassi/aerodinâmica do carro GT3. Pilotado por Rob Bell, o GT3X obteve a vitória no Shootout de 2021 e detém atualmente o título de GT mais veloz em Goodwood.

11. Jonathan Palmer – Williams FW07B Cosworth (1996) – 45s00

Primeiro carro da Williams a explorar o chamado efeito-solo, o FW07 foi projetado por Patrick Head utilizando os mesmos princípios introduzidos por Colin Chapman no Lotus 78. Terminando com o vice-campeonato para a Williams em 1979, o modelo foi atualizado para a temporada de 1980 recebendo a denominação FW07B. A evolução aerodinâmica foi tão grande nesse período que as asas dianteiras puderam ser completamente eliminadas, e a dupla Alan Jones e Carlos Reutemann garantiram o primeiro título de construtores para a Williams. O carro voltou a ser revisado para se adequar ao regulamento de 1981, com e eliminação das saias móveis e continuou dominante, garantindo mais um título para o construtor inglês. No Festival of Speed de 1996 o inglês Jonathan Palmer guiou o carro para a vitória, estabelecendo um novo recorde para a pista.

10. Olly Clark – Subaru Impreza “Gobstopper II” (2015) – 44s91

Disputado em diversos países, campeonatos do tipo Time Attack, onde os participantes competem entre si pela melhor volta, tem se tornado cada vez mais comuns. No campeonato britânico a categoria mais veloz é a Pro Class, que permite praticamente qualquer modificação. O inglês Olly Clark preparou uma máquina incrível para essa categoria, começando com uma estrutura tubular e uma carroceria baseada no Impreza Hatch WRC, porém com teto, capô e para-lamas em fibra de carbono. A aerodinâmica foi desenvolvida no túnel de vento do MIRA, com asas dianteiras e traseiras capazes de fazer inveja a um carro de Pikes Peak. O motor foi desenvolvido a partir de um motor EJ20 normal da Subaru, porém com potência na casa dos 900 cv aliado a uma transmissão sequencial Zytek. Desde então o carro vem dominando sua categoria na Inglaterra, e Olly Clark também se sagrou vencedor do shootout de Goodwood nos anos de 2015 e 2016.

9. Gary Ward – Leyton House CG901B Judd (2009) – 44s64

Primeira máquina desenhada por Adrian Newey a aparecer nessa lista, o CG901 foi o carro desenvolvido para utilizar o motor Judd EV 3.5 V8. Após um início de temporada decepcionante, uma variação B foi introduzida no meio da temporada para corrigir falhas de design induzidas por dados errados fornecidos pelo túnel de vento da equipe. A configuração B apresentou desempenho muito melhor, por muitas vezes sendo mais rápida que carros de equipes mais bem financiadas, tendo como o melhor resultado o segundo lugar do italiano Ivan Capelli no GP da França. O bom desempenho garantiu a sétima colocação para o time no Mundial de construtores daquele ano, e uma quantia significativa de dinheiro a mais. Em 2012 o inglês Gary Ward pilotou um desses modelos no shootout, sendo derrotado apenas pelo Jaguar XJR8/9 de Justin Law.

8. Sebastien Loeb – Peugeot 208 T16 Pikes Peak (2015) – 44s60

Após abandonar a disputa pelas 24 Horas de Le Mans, a Peugeot ficou sem um programa de automobilismo a nível mundial. Com um orçamento apertado, o time francês montou um pequeno Frankenstein para disputar o Pikes Peak International Hill Climb em 2013: em uma estrutura tubular foi montada uma carroceria de fibra de carbono lembrando o recém-lançado 208, e itens como suspensão, freios e até a asa traseira foram emprestadas do 908 HDi de Le Mans, enquanto o motor foi tomado de empréstimo do protótipos Pescarolo, uma unidade 3.2 V6 biturbo, que sem as restrições atinge 875 HP. Com um pacote desses e o experiente piloto de ralis Sebastian Loeb ao volante, os franceses venceram no Colorado, estabelecendo um recorde de 8m13s878, que só foi quebrado pelo Volkswagen IDR de Romain Dumas, numa iniciativa muito mais dispendiosa. Ainda em 2013 o carro também foi inscrito para Goodwood, dessa vez pilotado por Gregory Guilvert, que conseguiu apenas o segundo lugar. Em 2014, Loeb novamente se reuniu com o 208 em Goodwood, e muitos esperavam que o recorde oficial da pista pudesse ser quebrado. Apesar de vencer de forma absoluta, o tempo de Loeb ainda ficou 3 segundos acima do recorde, e foi suficiente apenas para o quinto lugar de todos os tempos.

7. Anthony Reid – Williams FW07B Cosworth (2008) – 44s58

Em 2008 o inglês Anthony Reid conquistou Goodwood abordo do Williams FW07B, mesmo carro que em 1996 havia sido levado a vitória por Jonathan Palmer, e estabeleceu o melhor tempo de um carro de Fórmula 1 clássico na pista.

6. Justin Law – Jaguar XJR8/9 (2009) – 44s40

Criado como uma evolução dos Jaguar XJR6 que haviam competido em 1986, o XJR8 foi lançado em 1987 para disputar o Campeonato Mundial de Endurance. Equipado com um motor V12 de 7 litros, derivado do utilizado pelo Jaguar XJS, o JR8 foi dominante na temporada de 1987, vencendo 8 das 10 provas e garantindo os títulos de pilotos e construtores para a Jaguar. Contudo, a glória máxima em Le Mans não veio, e para 1988 o modelo foi revisado e se tornou o XJR9, que foi capaz de vencer as 24 Horas de Daytona, as 24 Horas de Le Mans e o campeonato mundial de endurance de 1988. Para 1989 o modelo continuo a competir, porém já estava ultrapassado e foi incapaz de obter vitórias nessa temporada. Além de seu histórico em competições, o modelo serviu de base para o primeiro superesportivo da Jaguar, o XJR-15, lançado em 1990. O britânico Justin Law passou a utilizar o modelo para competir no Goodwood Festival of Speed, com vitórias em 2003, 2008, 2009 e 2012. Em 2009, Law fez a corrida de sua vida para atingir um tempo de 44s40 e a vitória em um dos shootouts mais apertados da história.

5.Peter Dumbreck – Nio EP9 (2018) – 44s32

O NIO EP9 é a primeira criação da NIO, marca de carros elétricos da empresa chinesa NextEV. Resultado de um desenvolvimento de 18 meses empregando o know-how do time de Fórmula E da NIO, o EP9 tem um chassi monocoque em fibra de carbono, feito de acordo com as especificações da categoria LMP1. Além disso, possui um motor elétrico em cada roda, somando um total de 1.360, layout permitiu a implementação de um sistema avançado de torque vectoring, através do controle preciso de cada um dos motores. Se isso já não bastasse, o EP9 possui um sistema de suspensão ativa e também conta com uma asa traseira com três ajustes: estacionado, low drag e high drag, capaz de gerar até 2.447 kg de downforce a 240 km/h. Desde então, o modelo vem colecionando recordes de diversas pistas, incluindo o recorde de Nürburgring para veículos elétricos. Em 2018, ficou na segunda colocação em um shootout apertado, perdendo por menos de meio segundo para o Volkswagen I.D. R Pikes Peak de Romain Dumas.

4. Romain Dumas – Volkswagen I.D. R Pikes Peak (2018) – 43s86

Em 2017 a reputação do grupo Volkswagen foi manchada pelo Dieselgate, escândalo de emissões onde foi revelado que diversos veículos equipados com motores diesel do grupo utilizavam estratégias de calibração capazes de mascarar os resultados nos testes homologativos. Com isso, a empresa alemã resolveu mudar sua abordagem ao desenvolvimento de veículos, apresentando um plano agressivo de hibridização e eletrificação de sua gama de veículos, resultando na linha I.D., de veículos puramente elétricos. Para divulgar essa nova iniciativa, uma das formas escolhidas foi investir em automobilismo, e hoje, a única competição onde carros elétricos são capazes de enfrentar os de motores de combustão interna são provas de hillclimb. O carro ficou pronto em 250 dias, consistindo de um monocoque de fibra de carbono com aerodinâmica desenvolvida em túnel de vento, movido por dois motores elétricos (um em cada eixo), produzindo uma potência total de 680 HP, com modestos 1.100 kg de peso total. Em 2018, o carro pilotado por Romain Dumas quebrou o recorde de Pikes Peak estabelecido por Sebastian Loeb em mais de 16 segundos, e três semanas depois o carro estava na Europa para disputar o evento de Goodwood. A expectativa era que o recorde histórico de Nick Heidfeld pudesse ser quebrado, já que nos treinos o piloto francês havia conseguido um tempo de 43s05. Contudo, no dia do shootout esse tempo não foi repetido, mas mesmo assim Dumas sagrou-se o vencedor do evento de 2018.

3. Graeme Wright Jr – Gould GR51 Cosworth (2003) – 42s90

Baseado no chassis de fibra de carbon de um Ralt F3 totalmente customizado para eventos de hillclimb, o GR51 foi dominantes nas  temporadas  de 2001 e 2002 do campeonato britânico, garantindo o título nos dois anos para o escocês Graeme Wright Jr. Equipado com um motor Opel-Cosworth de DTM cuja cilindrada foi aumentada de 2,5 litros para 2,8 e uma transmissão Arrows de F1, Wright Jr. levou o carro para uma vitória absoluta no shootout de 2003, e garantindo sua posição como segundo mais veloz na pista.

2. Romain Dumas – Volkswagen I.D. R Goodwood Spec (2019) – 42s32

Após a vencer Pikes Peak e Goodwood em 2018, a Volkswagen retrabalhou seu protótipo ID.R com diversas atualizações aerodinâmicas, incluindo um sistema DRS para quebrar o recorde para veículos elétricos no circuito de Nürburgring. Em seguida, o protótipo foi preparado especificamente para Goodwood, com uma calibração do sistema de gerenciamento de energia permitindo o uso de potência total dos motores elétricos e o menor pack de baterias possível para o carro, resultando em um peso abaixo de 1.000 kg incluindo o piloto, uma redução de quase 100 kg em relação ao carro que competiu em Pikes Peak. A expectativa era da quebra do recorde de Nick Heidfeld, e Romain Dumas chegou a marcar 39s90 nas sessões de treinos (recorde extra-oficial do traçado), porém uma chuva no domingo do shootout piorou consideravelmente a condição da pista e o tempo oficial marcado pelo carro da VW foi de “apenas” 42s32.

1. Nick Heidfeld – McLaren MP4/13 Mercedes-Benz (1999) – 41s60

Primeiro carro criado por Adrian Newey para a McLaren (e segundo a aparecer nessa lista), O MP4/13 foi o carro a ser derrotado na temporada de 1998 da F1. Em um ano onde mudanças no regulamento introduziram carros mais estreitos e os famigerados pneus com sulcos, o carro garantiu o campeonato de construtores para a McLaren e o de pilotos para o finlandês Mika Häkkinen. Em 1999 o alemão Nick Heidfeld, então piloto de testes da McLaren, posicionou seu carro na linha de largada para aquela que seria uma das suas melhores atuações. Pilotando no limite em todas as curvas ele cruzou a linha de chegada com um tempo de 41s60, com 8 segundos de vantagem para os concorrentes e que retirou uma salva de palmas do público presente. Essa corrida, contudo, foi considerada muito arriscada para uma pista estreita e sem áreas de escape apropriadas, com a própria McLaren admitindo que não deveria ter aprovado a corrida. Por causa disso também foi proibida a cronometragem de carros de Fórmula 1 modernos, e desde então nenhum competidor foi capaz de se aproximar do recorde estabelecido.

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