Tech Bits – 1ª Etapa do Império Endurance Brasil 2020 – parte 1

Após a longa pré-temporada forçada pela pandemia de Covid-19, finalmente o Império Endurance Brasil retornou às pistas. Com tempo de sobra para se preparar, as equipes trouxeram diversas novidades em busca dos décimos de segundo capazes de fazer a diferença entre a vitória e a segunda posição.

Fonte: Endurance Brasil [1].

Sobre a prova, foi um belo exemplo de organização, tanto fora das pistas, seguindo as recomendações de saúde para evitar a propagação do novo coronavírus, quanto dentro da pista onde o pessoal de suporte trabalhou de forma eficiente e as equipes puderam se concentrar na disputa da prova. Especial destaque para a boa atuação da comissão desportiva no julgamento de eventos de corrida e dos times de suporte de pista como fiscais, brigada de combate ao incêndio e equipe de resgate.

Outra grande novidade da prova foi a transmissão pelo SportTV, à qual infelizmente não pude acompanhar. Contudo, a transmissão pelo YouTube foi de excelente qualidade, com destaque para a narração de Geferson Kern e os comentários de Bruno Império.

Começando pela categoria P3 que teve 6 carros inscritos, veremos que ser a categoria de entrada não significa que as equipes fiquem paradas, e diversas atualizações foram implementadas por todo o grid.

#7 – Sette Car Racing – MRX Sette / Honda K20 – Aldoir Sette / Marcelo Campagnolo

Vencedor a etapa de abertura, o MRX Sette nasceu como um protótipo MRX convencional, porém tal é a extensão das modificações pelas quais passou que hoje recebe uma nomenclatura diferenciada. Ainda como MRX, o protótipo de motor Honda K20 sempre foi um dos carros mais rápidos, e passou por uma série de evoluções que o mantiveram competitivo.

Fonte: Endurance Brasil [1].

Voltando um pouco no tempo, ainda na temporada 2018 o carro era um modelo padrão, mantendo a carenagem similar à do lançamento do MRX nos idos de 2009, com as principais mudanças sendo a asa traseira e a ausência dos scoops à frente das caixas de roda traseiras. Além disso, usualmente o protótipo competiu com a adição de um par de canards na dianteira.

Passando para a temporada 2019, o protótipo de Nova Hartz surgiu com o bico revisado dos MRX, contando com o splitter com elevação central, novo conjunto ótico e abertura entre splitter e região superior da carroceria. Durante a temporada foram adicionados cabos de segurança ao splitter dianteiro, provavelmente para lidar com um excesso de flexão nesse componente. Na lateral as tomadas de começaram a temporada praticamente padrão, mas no meio da temporada o design já havia migrado para algo muito semelhante ao encontrado em monopostos do tipo fórmula.

Fonte: Endurance Brasil [1].

Ainda na lateral, se destacavam os para-lamas com design único em relação aos demais MRX, enquanto a traseira utilizava uma asa de simples elemento com um difusor aparentemente maior que o de outros protótipos MRX.

Fonte: MRX #7 [2].

Ainda na última etapa de 2019, um novo conceito aerodinâmico foi apresentado, num primeiro teste para a temporada 2020. Na dianteira foi adotado um splitter com elevação central, para-lamas estilo pontoon com novo conjunto ótico. Foram adotados também dois winglets em cada lado sobre o splitter com dois elementos transversais unindo os para-lamas ao bico que parecem apresentar perfil aerodinâmico, incluindo até um pequeno Gurney flap.

Fonte: MRX #7 [2]

Na traseira foi adotada uma asa de duplo elemento, com suportes do estilo swan neck com grandes alívios de massa, incluindo o nome da equipe estilizado. Como resultado, o novo pacote aerodinâmico comprovou seu potencial já que na estreia, quando o carro #7 cravou a melhor volta da prova entre os protótipos P3, ainda que tenha sofrido com problemas durante a prova.

Fonte: MRX #7 [2].

Na prova de Interlagos, o protótipo gaúcho trouxe diversas novidades aerodinâmicas, como a atualização da asa dianteira com quatro elementos, seguindo a tendência vista na F1 e nos protótipos AJR. As tomadas de ar laterais também receberam um tratamento mais refinado, com molduras também ao estilo F1.

Fonte: Endurance Brasil [1].

Mas a maior evolução aconteceu na parte posterior do protótipo, onde a cobertura das rodas traseiras passou a ter um formato de pontoon, com uma entrada de ar de formato curioso, que parece ser utilizada para a refrigeração dos freios traseiros.

Fonte: Endurance Brasil [1].

A vitória na primeira etapa, porém, não foi um passeio no parque. Desde o início da prova a equipe Sette Car enfrentou uma quebra na asa traseira, que foi corrigida ao estilo das 12 Horas de Tarumã. Mesmo com as dificuldades o MRX Sette perseverou na prova aproveitando-se dos problemas enfrentados pelos demais competidores para obter pontos que podem se mostrar cruciais na luta pelo campeonato.

Imagens:

[1]: Endurance Brasil. Disponível em: https://www.facebook.com/endurancebrasil/.

[2]: MRX #7. Disponível em: https://www.facebook.com/MRX-7-2456388141120027/.

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