Dando continuidade à nossa série de posts sobre as novidades técnicas do Endurance Brasil, vamos agora passar pela esquadra de protótipos MRX, que hoje são maioria no grid da categoria P3.
Leia aqui a parte 1.
#34 – Motorcar Racing – Metalmoro MRX / Opel C20XE – Ricardo Haag / Mário Marcondes
Campeões da categoria P4 em 2019, a dupla Ricardo Haag e Mário Marcondes passa agora a disputar da categoria P3. Para isso, o motor Volkswagen 8V foi substituído por um Opel C20XE com 2.3 litros e preparação da competente Motorcar Racing.
Além da nova motorização, o protótipo já apareceu em treinos equipado com o sistema Halo e um kit aerodinâmico mais agressivo, com asa traseira de duplo elemento e a presença de winglets acima do splitter.
Durante a prova de abertura o protótipo #34 protagonizou uma imagem que sempre é triste no automobilismo, quando um incêndio destruiu boa parte do carro, ainda que o bom serviço dos bombeiros da competição tenha atuado rapidamente para controlar as chamas.
#72 – Motorcar Racing – Metalmoro MRX / Ford Duratec – Carlos Antunes / Yuri Antunes
Os atuais campeões Carlos e Yuri Antunes voltaram com muitas novidades para defender o título, já que o chassi campeão de 2019 foi aposentado e a equipe já adquiriu um novo chassi MRX, já com o Halo e agora equipado com motor Ford Duratec.
O #72, que até o início de 2019 utilizava um nico praticamente padrão, que se diferenciava do utilizado no lançamento do MRX somente pela adição de 1 canard grande e duas entradas de ar na dianteira, ressaltadas pelo contorno verde na imagem acima (e provavelmente utilizadas para arrefecimento dos freios).
A partir da segunda etapa de 2019 novidades aerodinâmicas passaram a ser implementadas no bólido azul, com a adoção de um novo bico com o splitter de região central elevada, os winglets sobre o splitter e os canards laterais (1 ou 2 jogos usados dependendo da pista).
Já na traseira, durante a temporada passada a asa passou de simples a duplo elemento, sempre na busca de maior downforce.
Para 2020 as maiores mudanças estão onde não se pode ver. Enquanto na carroceria pouco parece ter mudado além do HALO, a equipe trocou o chassi campeão de 2019 por um novo (segundo informações esse novo chassi é mais leve e apresenta maior rigidez do que o antigo), e o motor Opel C20XE deu lugar à um Ford Duratec 2.3 com preparação da Motorcar. Durante o final de semana na pista paulista o #72 esteve sempre entre os mais velozes da pista, porém acabou não completando voltas suficientes para ser classificado na P3 após enfrentar uma série de problemas durante a prova.
#73 – LT Racing Team – Metalmoro MRX / Volkswagen 16V – José Vilela / Leonardo Yoshi
Outro MRX a participar da etapa de abertura foi o MRX da equipe LT Racing Team, de Leandro Totti. Praticamente um carro standard, o carro #73 não demonstrou ritmo para acompanhar os ponteiros, porém vale lembrar que o campeonato é de provas de longa duração, e não sprint. Prova disso é que, mesmo mais lento, o protótipo de José Vilela e Leonardo Yoshi teve um ritmo constante conquistando a terceira posição na classificação final da categoria P3.
#75 – Satti Racing – Metalmoro MRX / Ford Cosworth – Henrique Assunção / Fernando Fortes / Fernando Ohashi / Marcelo Vianna
Vice-campeões de 2019, a equipe Satti Racing do MRX #75 voltou à disputa mantendo o competitivo pacote desenvolvido na temporada passado, e sem dúvidas hoje têm o carro mais veloz da categoria.
Ainda em 2018, o MRX #75 era praticamente padrão, com o pacote aerodinâmico original do lançamento do carro, ao qual foram adicionados 2 canards para ajuste do downforce dianteiro.
Durante o ano passado o MRX #75 foi um dos modelos P3 que mais recebeu atualizações na temporada passado. Primeiro o bico foi trocado, pelo modelo com splitter elevado. A partir das 3 Horas do Velopark o modelo recebeu winglets posicionados no bico, solução similar à alguns protótipos de hill climb.
Entre as características interessantes do carro da Satti Racing está também o para-brisa serrilhado, solução adotada inicialmente pela equipe Mercedes na F1 para reduzir o fenômeno chamado buffeting, uma espécie de trepidação/turbulência gerada no capacete pela interação com o fluxo de ar.
Ainda em 2019, o carro da Satti Racing foi o primeiro MRX a receber o HALO, na etapa de encerramento da temporada 2019 em Curitiba, além de uma nova asa traseira de dois elementos e a adição de dois canards na dianteira.
Em Interlagos o #75 abriu mão do segundo elemento da asa traseira, além trocar o grande duto NACA da tomada de ar dos freios traseiros por dois dutos menores de perfil similar. Novidade também foi a adoção de uma tomada de ar estilo Fórmula 3, solução cada vez mais comum entre os P3.
Outra mudança interessante está nos sidepods, que mudaram drasticamente de formato (comparem as duas imagens acima). O novo design, que parece ser exclusivo do #75 por enquanto, muda a posição da tomada de ar e tem um perfil mais esguio quando comparado ao utilizado nos demais MRX.
O quarteto de pilotos mostrou novamente que esse é ainda o P3 mais veloz do grid, ainda que uma série de problemas tenha relegado o protótipo preto e dourado à segunda posição na categoria.
Imagens:
[1]: Endurance Brasil. Disponível em: https://www.facebook.com/endurancebrasil/
[2]: Satti Racing. Disponível em: https://www.facebook.com/SATTIRACING/