A história do Mitsubishi Lancer Evo X no Endurance Brasileiro

Durante os anos iniciais do Endurance Brasil, a categoria abrigou em suas classes uma série de carros oriundos de outras categorias, em sua grande maioria após a extinção das mesmas:

  • Audi DTCC
  • AMG Cup
  • Brasileiro de Marcas
  • Copa Montana
  • GT Brasil
  • Lancer Cup
  • Spyder Race
  • Stock Car Brasil
  • Stock Car Light
  • Trofeo Linea
  • Trofeo Maserati

Uma dessas transferências foi a do Mitsubishi Lancer Evolution X Cup R de Marco Scalamandré, Rodrigo Garcia e Ricardo Landi, que competiu na categoria entre as temporadas 2017 e 2018, além de participações em provas tradicionais como os 500 km de São Paulo. Mas antes de conhecer o projeto, vamos relembrar a Lancer Cup:

Lancer Cup

A Lancer Cup teve sua primeira temporada disputada em 2013, com o Lancer Evolution R, desenvolvido pela Mitsubishi Racing à partir do Evo X. Em relação ao modelo de produção, o carro manteve o motor MIVEC Turbo Intercooler com 306 cv, mantendo a tração integral porém utilizando a transmissão manual tipo H com 5 marchas presente nos Lancer Evo X vendidos fora do Brasil (aqui o modelo somente foi oferecido com a transmissão de dupla embreagem TC-SST de 6 marchas). 

Além disso, o sedan teve seu peso aliviado (incluindo capô, portas, para-lamas, tampa do porta-malas e pára-choques em fibra), recebeu rodas de competição Enkei com pneus Pirelli slick 245/650-18, freios Brembo com pastilhas Pagid, sistema de macaco de elevação hidráulico e itens de segurança obrigatórios como santantonio, banco de competição com cintos 5 pontos e sistema anti-chamas de competição.

Disputa da Lancer Cup na temporada 2013. Fonte: Mitsubishi

As primeiras provas foram disputadas ainda em 2012, em caráter de teste, com o primeiro campeonato disputado em 2013, do qual Bruno Mesquita se sagrou campeão. 

O Lancer Evolution RS foi apresentado em 2014. Fonte: Mitsubishi.

Em 2014, um novo modelo foi desenvolvido para a categoria, o Lancer Evolution RS, que em relação ao modelo R recebeu um incremento de potência para 340 cv, transmissão sequencial de seis marchas e diversas melhorias aerodinâmicas. Sagrou-se campeão da RS desta temporada Sérgio Alves, após uma disputa acirrada com Bruno Mesquita e Fábio Viscardi, e Fernando Ewerton pela classe R. 

Bruno Mesquita na temporada 2015 da Lancer Cup RS. Fonte: Mitsubishi.

Em 2015, Bruno Mesquita conquistou o título pela categoria RS, com a dupla Ricardinho Feltre e Mauro Neuenschwander dividindo o título na categoria R. A última temporada da Lancer Cup foi disputada em 2016, Elias Azevedo ficou com o título na RS Master, com Luiz Barcellos levando o título da RS Light e novamente a dupla Felter/Neuenschwander dividindo o bicampeonato pela R. 

O Lancer Evolution X nas provas de Endurance Brasileiras

Em 2017, o campeonato da Lancer Cup chegou ao fim, e a Mitsubishi vendeu os Lancer. Um dos pilotos a comprar um dos Lancer de corrida foi Marco Scalamandré, que adquiriu um modelo Lancer Evolution R e utilizou em algumas provas e eventos de track day, até que Rodrigo Garcia viu potencial no sedan japonês após ver o bom desempenho dos Linea da Copa Fiat nas provas da Endurance Brasil e ler o regulamento do campeonato.

Fonte: Rodrigo Mendes Garcia.

Além disso, o acerto do diferencial traseiro foi modificado, um maior alívio de peso implementado e foi adaptado um bocal de abastecimento rápido da Stock Car para se adaptar aos abastecimentos durante a prova.

Pit stop durante os 500 Km de São Paulo. Fonte: Rodrigo Mendes Garcia.

Com essa configuração, o trio Scalamandré, Garcia e Ricardo Landi estreou nos 500 km de São Paulo em 2017, etapa válida pelo Endurance Brasil e disputada no Velocittà. Como esperado pelo time, o carro teve um excelente desempenho, e conquistou a segunda posição na classe GT2 (que teria sido uma vitória não fosse por uma punição de 1 volta + 2 segundos recebida).

Boxes das 4 Horas de Interlagos. Detalhe para o aerofólio do Lancer Cup RS. Fonte: Rodrigo Mendes Garcia.

Para 2018, o Endurance Brasil reformulou seu regulamento, e as classes GT2 e GT1 foram unificadas dando origem à nova classe GT4, com nomenclatura alinhada aos principais campeonatos mundiais, porém com regulamento adaptado para a realidade brasileira. Para se adaptar ao novo regulamento, o Lancer recebeu faróis amarelos (obrigatórios para os modelos GT após 2018), além das rodas e asa traseira do modelo RS. Nessa configuração, o trio conquistou a terceira posição nas 4 Horas de Interlagos, atrás do Audi RS3 TCR e do Mercedes CLA 45 AMG (e que teria sido uma segunda posição, não fosse um pneu furado).

Última aparição nos 500 km de São Paulo. Fonte: 500 km de São Paulo.

Em 2019, o Garcia e Scalamandré voltaram a participar dos 500 km de São Paulo com o Lancer, agora fechando o trio com Fernando Julianelli. Para esse novo desafio, o motor carro foi modificado chegando a cerca de 370 cv (65 cv a mais do que o original), bem como a transmissão que recebeu uma nova relação de 5ª marcha, já existente no exterior e 11% mais curta do que a original. Na prova, que não era mais parte do calendário do Endurance Brasil, conquistaram a sexta posição no grid de largada, completando a prova na terceira posição geral, vencendo na classe TFL (Turismo Força Livre).

Resultados

Agradecimentos

Aproveito para deixar um agradecimento especial ao Rodrigo Garcia que compartilhou imagens e muito das histórias que compõe essa publicação!

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