ZF01: O Riley&Scott brasileiro

O ZF01 foi um dos carros mais velozes do endurance brasileiro na virada dos anos 2000, cravando recordes de tempo de volta para carros de fabricação nacional que somente viriam a ser quebrados na era do Endurance Brasil por carros como AJR e Sigma. Construído pela JL, hoje Giaffone Racing, o ZF era uma versão brasileira do vitorioso protótipo americano Riley&Scott Mk III, fabricado no Brasil sob licença.

Protótipo ZF01 durante as Mil Milhas em 2004. 📷Desconhecido (contribuição apreciada)

Equipado com um motor Chevrolet V8 de 358 polegadas cúbicas, o protótipo estreou nas pistas durante as Mil Milhas Brasileiras de 2004, cravando a pole position da prova, mas abandonando e ficando apenas na 46ª posição na classificação geral. Durante toda a temporada de 2004, o ZF da Scuderia 111 travou intensas batalhas contra o Audi TT-R DTM de Xandy e Xandinho Negrão, vencendo apenas as 300 Milhas de Interlagos e enfrentando problemas mecânicos nos 1.000 km de Brasília e nos 500 km do Rio de Janeiro.

Protótipo ZF01, na configuração da temporada 2005. 📷Carsten Horst.

Na temporada 2005, o ZF apareceria em somente três provas, cravando novamente a pole position das Mil Milhas e também nos 1.000 km de Brasília, porém completando somente as Mil Milhas na segunda colocação, derrotado novamente pelo Audi TT da família Negrão.

Protótipo ZF01 nas Mil Milhas 2006. 📷Desconhecido (contribuição apreciada)

Por fim, a última aparição do ZF nas pistas brasileiras foi nas Mil Milhas 2006, que contou com diversas equipes do FIA GT, conquistando novamente a pole frente a diversos modelos FIA GT1 (Corvette C5R, Ferrari 575 GTC, Aston Martin DBR9 e Saleen S7R), além dos tradicionais Lister Storm e Mercedes CLK DTM da equipe Capuava Racing, porém novamente abandonando após problemas no motor.

Análise aerodinâmica

A aerodinâmica do ZF01 segue rigorosamente as soluções do Riley&Scott, com um splitter (1) dianteiro acompanhado por pequenos canards (1a). Na estréia do carro nas pistas brasileiras em 2004 (foto no canto superior esquerdo), os canards estavam ausentes, e o splitter era acompanhado por componentes similares a endplates (1b). Ainda na dianteira, as caixas de roda eram ventiladas através de louvres (2). O radiador ficava posicionado na dianteira do carro (3), com a ventilação através de duas aberturas contornando o cockpit (4). Eventualmente, gurneys (5) foram aplicados para criar uma zona de baixa pressão, melhorando a extração e eficiência do radiador. Na dianteira ainda estavam presentes as tomadas de ar para os freios dianteiros (6), que na configuração inicial eram duas aberturas circulares e a partir de 2005 passaram a ser 4 aberturas, duas de cada lado. Por fim, a tomada de ar dinâmica para o motor ficava posicionada logo atrás do piloto (7).

Na vista lateral podemos ver melhor o quanto o splitter dianteiro (8) se projeta à frente da carenagem, e o duto NACA e respectiva saída de ar lateral (9). Os freios traseiros eram arrefecidos através de scoops (10), e por fim a asa traseira apresentava dois elementos (11).

A seção traseira do ZF01 não traz grandes elementos aerodinâmicos, e chama a atenção a ausência de um difusor, algo quase onipresente nos protótipos atualmente, um sintoma do conjunto de regulamentos sob o qual o Riley&Scott havia sido concebido. Podemos ver ainda algumas grelhas para reduzir o acúmulo de pressão sob a carenagem traseira (12).

Resultados

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