Hoje damos início a mais uma série de postagens, onde viajaremos pelo mundo descobrindo categorias pouco conhecidas e que possuem os grids mais heterogêneos e variados, fugindo da mesmice que domina as grandes categorias do automobilismo mundial.
Nossa primeira parada é na vizinha Argentina, conhecida por seu automobilismo pujante que, mesmo face às diversas crises econômicas das últimas décadas, conta com a presença de diversas categorias de nível técnico elevadíssimo desenvolvidas utilizando soluções locais como a Súper TC2000 e a Turismo Carretera.
Porém, muito além das categorias principais, existe uma miríade de categorias extremamente interessantes competindo em terras argentinas. Uma dessas (dica do nosso fiel leitor Hilário Alencar) é a GT 2.000, que teve sua primeira temporada disputada em 2001 e, apesar do nome GT, se destina a protótipos desenvolvidos especialmente para as pistas equipados com motores aspirados de no máximo 2.000 cm3 disponíveis em veículos comercializados na Argentina. No início de sua história a GT 2.000 teve um alcance nacional, atuando como evento de suporte para a Top Race, porém desde 2003 é disputada em âmbito regional.
O regulamento da GT 2.000 prima por manter os custos sob controle, proibindo o uso de transmissões com trocas sequenciais e diferenciais blocantes, além de preconizar o uso de pneus do fabricante argentino NA Carrera. Os motores são obrigatoriamente equipados com ECUs da FuelTech e também têm potência limitada, além de serem avaliados em dinamômetro periodicamente para garantir que estão respeitando a regulamentação.
Classes
Existe uma grande variedade de conceitos entre os carros competidores, com designs que lembram os Grupo C da década de 1980 até carros que se assemelham aos LMP1 abertos e fechados dos anos 2010. Atualmente, a categoria se divide em três classes:
GT1: é a classe principal da GT 2.000, onde podem competir protótipos abertos ou fechados, com chassis tubulares e configuração biposto, com peso mínimo de 585 kg sem piloto, e potência limitada a 150 HP nas rodas. Atualmente vive um domínio de Jonas Lodeiro e seu protótipo RRB1, que conquistaram 5 títulos desde 2015.
GT2: os carros similares aos GT1, porém obrigatoriamente equipados com freios e amortecedores de fabricação argentina. Além disso, os carros têm um peso mínimo com piloto 30 kg inferior ao dos protótipos GT1.
GT3: a classe GT3 é a adição mais recente da GT 2.000, onde competem protótipos monolugar de cockpit aberto, com peso mínimo de 480 kg e motorização PSA 1.6 litros e 118 HP.
Abaixo deixamos uma tabela comparativa entre as três classes:
Apesar da potência relativamente baixa, o baixo peso e a aerodinâmica avançada transforma os GT2000 em carros extremamente velozes, como atestam os tempos de volta do evento conjunto realizado com a F4 Argentina e o TCR South America:
Como referência, deixamos também um confronto similar entre um carro da TCR South America e os protótipos da Endurance Brasil:
Para quem desejar acompanhar a categoria, as provas são transmitidas pelo canal Belo Sport no YouTube (com comentários em espanhol). Deixamos abaixo os links para o site e as redes sociais da categoria:
Fontes:
Clasificacion GT2000. Disponível em: https://speedhive.mylaps.com/Sessions/6367758
Clasificacion Formula 4. Disponível em: https://speedhive.mylaps.com/Sessions/6367762
Clasificacion TCR South America Pilotos Titulares. Disponível em: https://speedhive.mylaps.com/Sessions/6367762
Classificatório #2 Endurance Brasil Rd. 4 São Paulo. Disponível em: https://racehero.io/events/4-hs-sao-paulo-4/results/1073743152
Classificatório #2 Endurance Brasil Rd. 2 Curitiba. Disponível em: https://racehero.io/events/4-hs-de-curitiba-2/results/1073743108
Classificatório TCR São Paulo. Disponívelm em: https://mcusercontent.com/5d1c113fee57d0b9a8da6e5c9/files/353e0206-87e1-7908-ee6b-eeaad7302e59/RESULTADO_CLASSIFICATORIO.pdf
Classificatório TCR Curitiba. Disponível em: https://mcusercontent.com/5d1c113fee57d0b9a8da6e5c9/files/9263e895-b2f2-0ab8-6f64-025fdb5df6cd/Resultados_Sabado_TCRSA.pdf
Sempre gostei dessa categoria. Seria legal uma assim no Brasil.
Daria para fazer algo parecido com os MRX nos regionais. O mais próximo que temos é o Campeonato Nordeste de Automobilismo, que tem a categoria protótipos.