KTT II Chevrolet (a.k.a. Avant-Chevrolet)

No nosso túnel do tempo trazemos hoje o protótipo Avant-Chevrolet, mais um belo projeto brasileiro que até o momento não fez sua estreia nas pistas. 

Por trás do Avant está o empresário e piloto Urubatan Helou, que também é o responsável pelo protótipo Alfran 450A, hoje Absoluta ABS01. Após o falecimento de Alfran, Helou acabou se afastando do automobilismo, retornando apenas em 2014 quando disputou uma etapa do Campeonato Paulista com seu velho Aldee Spyder 2 litros, vencendo uma bateria. 

O bom desempenho reavivou o “fogo” do automobilismo, que logo comissionou um novo carro ao engenheiro Ítalo Carrareto, desta vez um protótipo equipado com um motor Chevrolet V6 de 370 HP (mas capaz de chegar aos 400 dependendo do mapa) e transmissão Hewland FTR sequencial de 6 marchas. Tal como era comum em diversos protótipos da época, o carro utiliza suspensão de carros da F3 (Dallara F301 na dianteira e F310 na traseira), além de freios Brembo. Com carenagem em fibra de carbono, o carro pesa cerca de 700 kg, número que poderia ser ainda menor visto que a carenagem acabou pesando 130 kg . A expectativa na época era de que o carro virasse 1m34s em Interlagos, em linha com os melhores carros P2 como MCR Grand Am e Tubarão IX.

Eventualmente, o carro fez um shakedown em Interlagos ainda em 2014, porém já em 2015 estava à venda, ressurgindo em 2020 com a equipe KTT Racing, renomeado como KTT II. Novamente o carro chegou a realizar uma sessão de treinos em Interlagos com o piloto Renato Turelli, contudo a pandemia e o posterior falecimento do chefe da equipe Evandro Chrockatt, devido à complicações do Covid-19, fizeram com o que o belo protótipo voltasse à garagem, aguardando pela próxima vez em que voltará às pistas.

Análise Técnica

A concepção do protótipo Avant é típica dos protótipos com rodas aro 13, utilizando diversos componentes e sistemas derivados de carros de Fórmula 3. Na dianteira, o protótipo tem um bico reminescente dos monopostos (1), com duas tomadas de ar centrais para os radiadores (2) e duas tomadas de ar circulares para os freios dianteiros (3).

Na imagem abaixo podemos ver o acabamento dos dutos de ar internos (2a) que levam o ar para os radiadores e as tubulações de arrefecimento dos freios dianteiros (3a). Nesta imagem podemos ver também o sistema de suspensão, onde se destaca o terceiro elemento na dianteira.

Nesta imagem podemos ver melhor o trajeto dos dutos dos radiadores (2b), que ventilam através das aberturas laterais (5).

Podemos ver que as saídas laterais dos radiadores tem louvers (5a) para otimizar o fluxo de ar, e as caixas de roda são ventiladas através de louvers (4), enquanto a tomada de ar para os freios traseiros é feita por dutos NACA (6). Podemos ver também o santantônio de 6 pontos (7) e a asa traseira com um elemento (8).

 Durante os testes iniciais, a posição “deitada” se mostrou incômoda para o piloto Urubatan Helou, levando a um redesign do cockpit em busca de uma posição vertical mais confortável. Dessa forma, podemos ver a adição de um reforço sobre o santantonio (7a), de forma a garantir a distância adequada para a cabeça do piloto.

Indo para a traseira, podemos ver que o difusor traseiro começa sua expansão logo à frente da roda traseira (9) e podemos ver o motor Chevrolet V6 e a transmissão Hewland FTR, com destaque para o escapamento do tipo 6-2-1 (10).

Interessante notar o recorte no tirante do suporte da asa traseira para encaixe da tubulução de descarga (11).

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Absoluta ABS01 / Braspress Alfran 450A (2021 – )

O protótipo Absoluta ABS01 é um projeto de João Alfran, e foi originalmente construído em 2005 para a equipe Braspress de Urubatan Helou. Agora o projeto ganha nova vida pelas mãos de Ney Faustini, para disputar a competitiva categoria P2 do Endurance Brasil.

Roco 001 (2019 – )

Apresentado em 2019, o Roco foi desenvolvido por Robbi Perez e José Cordova com base em um chassi Ralt RT34 de Fórmula 3 e o powertrain da Suzuki Hayabusa para a categoria P3.

One thought on “KTT II Chevrolet (a.k.a. Avant-Chevrolet)

  1. Parabéns pela matéria Daniel, sempre trazendo o que há de melhor (sim, de melhor) no automobilismo brasileiro.
    Fico impressionado com a criatividade dos nossos construtores de carros de corrida, com os recursos disponíveis relativamente escassos (afinal, não é fácil encontrar e adquirir um Dallara por aí para ser usado como base), fazem ótimos carros, com soluções que não ficam devendo a nenhum carro de corrida estrageiro.

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