Nas primeiras temporadas do Endurance Brasil era comum ver a participação dos protótipos P4, modelos equipados com motorização 4 cilindros e 8 válvulas e em geral com transmissões manuais derivadas de carros de produção, que serviam de porta de entrada para pilotos que desejam ir além de carros de turismo. Inicialmente, os modelos dessa configuração competiam na classe P3, porém ela foi “rebaixada” na numeração com a separação dos protótipos P1 nas classes P1, para protótipos mais modernos e com DRS, e P2 para protótipos mais antigos e sem DRS. Para efeito de catálogo, vamos considerar os protótipos classificados como P3 até o ano de 2018 e os protótipos P4 da temporada 2019 nesta lista.
Aldee Racing Coupé Fibra
Após o sucesso do fora-de-série Aldee Cupê Street/Racing nas Mil Milhas em 1990 com a vitória na classe B e quinta posição na classificação geral, a Aldee (Almir Donato Equipamentos Esportivos) desenvolveu o modelo Racing Coupé Fibra, que mantinha uma carenagem muito parecida, porém abandonava a plataforma do VW Gol de primeira geração em prol de um chassi próprio de construção tubular, mais apropriado para as competições automobilísticas. Lançada em 1991, essa configuração do Aldee Coupê esteve presente pela última vez no Endurance Brasil nas 4 Horas de Curitiba, prova de abertura da temporada 2018, pilotado pela dupla Admir e Diego Pardo.
Aldee Racing Coupê RTT
À partir de 1993, os protótipos Aldee Coupê passaram a ter o conjunto motor/transmissão montado na traseira, dando origem ao modelo RTT. Nesta configuração, o protótipo conquistou diversas vitórias importantes no automobilismo e foi figura constante nas temporadas iniciais do Endurance Brasil. Até hoje, os Aldee RTT seguem presentes e ativos nas mais diversas categorias, como Gaúcho de Endurance, Gaúcho de Super Turismo, Mil Milhas e já são comuns também em provas de carros clássicos como a Gold Classic e Clássicos de Competição.
Aldee Spyder Gen 1
Criado em 1996, o Aldee Cupê nasceu como evolução natural do Aldee Cupê. Agora na forma de um biposto aberto com motor central, o Spyder logo se tornou sucesso nas pistas por sua mecânica simples (combinação de motorização Volkswagen AP e transmissão longitudinal VW). O sucesso não demorou a chegar, com vitórias nas principais provas do automobilismo brasileiro como Mil Milhas (1999), 500 Milhas de Londrina (1999) e 12 Horas de Tarumã (2000). No Endurance Brasil, a primeira geração do Spyder esteve presente nas temporadas iniciais, conduzida por Walter Konrad e Igor Eberle.
MC Tubarão VIII
Desenvolvido sobre a base de um protótipo MCR, o Tubarão VIII representou mais um passo na extensa linhagem de protótipos desenvolvidos pela equipe gaúcha MC Tubarão. Equipado com motor Audi Turbo, o protótipo garantiu um bicampeonato do Gaúcho de Endurance e das 12 Horas de Tarumã em 2010/2011 para a equipe de Campo Bom, até ser sucedido pelo Tubarão IX em 2012. Eventualmente, o modelo ganhou uma segunda vida ao receber a motorização Volkswagen AP 8V, dominando as temporadas 2015,2016 e 2017 do Endurance Brasil na então classe P3, com 12 vitórias em 18 provas, além dos títulos de Franco Pasquale (2015) e da dupla Júlio Martini e Marcelo Vianna (2016 e 2017). Além disso, o Tubarão VIII protagonizou um momento de David vs Golias, quando pilotado por Franco Pasquale venceu na classificação geral a chuvosa prova de Rivera em 2015, encerrada com 75% da distância percorrida.
Metalmoro MCR
Projetado em 1999 por Luiz Fernando Cruz em parceria com Ademir Moro, o MCR (Moro Cruz Racing) estreou nas pistas vencendo as 12 Horas de Tarumã, e conquistando diversas outras vitórias ao longo do caminho, incluindo mais 6 edições das 12 Horas da Tarumã e três títulos da Brascar. Além disso, foi exportado para a Inglaterra, onde deu origem ao MCR inglês, que domina a categoria Sport 2000. Mesmo com a chegada do moderno MRX, os MCR continuam presentes nas mais diversas provas do automobilismo brasileiro. No Endurance Brasil, o MCR #96 da equipe Satti Racing competiu com motorização Volkswagen AP com moderado sucesso entre as temporadas 2015 e 2017.
Metalmoro MRX
Apresentado em 2009 como sucessor do vitorioso MCR, o protótipo MRX representou a evolução para os protótipos da Metalmoro, após 10 anos de importantes vitórias. Já em sua estréia, o novo carro conquistou vitórias nas quatro provas mais iimportantes do endurance brasileiro: 12 Horas de Tarumã em (2009, 2012 e 2013), 500 km de São Paulo (2013, 2016, 2020, 2021 e 2023), 500 Milhas de Londrina (2012, 2015, 2019 e 2021) e 1.000 Milhas do Brasil (2021). Também no Endurance Brasil os protótipos MRX foram uma força, conquistando vitórias e campeonatos nas classes P2, P3 e P4. Inclusive, os últimos campeões da classe P4 foram Rafael Simon e Gustavo Simon à bordo de um MRX, no ano de 2019.
PW1 Spyder Gen 2
Em 2002, o piloto Peter William Januário assumiu a produção dos protótipos Spyder, agora sob sua marca PW1. Ao mesmo tempo, o Spyder recebeu uma profunda atualização com o radiador migrando para a lateral do cockpit e uma nova configuração aerodinâmica. Novamente o Spyder se mostrou uma força do automobilismo, chegando ao ponto de ter uma categoria monomarca no Campeonato Paulista de Automobilismo, a Spyder Race. No Endurance Brasil, os Spyder de segunda geração estiveram sempre presentes, sendo representados por diversas equipes e principalmente pela londrinense LT Team nas temporadas 2018 e 2019.
PW1 Spyder Gen 3
A terceira geração do protótipo Spyder foi lançada em 2010, marcando também a passagem da Spyder Race de campeonato estadual para nacional. A nova carenagem, com linhas mais angulosas, tinha como objetivo de melhorar o desempenho aerodinâmico dos protótipos. Com o fim da categoria monomarca, os Spyder “Gen 3” logo passaram a ser utilizados em campeonatos regionais, tanto em provas curtas quanto longas, e encontraram casa no Endurance Gaúcho, sendo uma das forças na classe P4. A última participação de um protótipo P4 no Endurance Brasil, inclusive, foi de um Spyder de terceira geração, da equipe Bonora Racing nas 6 Horas de Curitiba 2019, etapa de encerramento do Endurance Brasil.
SP Mec 1R
Desenvolvido pela SP Mec, equipe chefiada por Carlos Doninha, o protótipo 1R estreou na temporada 2015 pilotado Jeferson Leandrini. Diversas unidades do protótipo foram construídas, sendo pilotadas por nomes como Emílio Padrón, Henrique Assunção, Mallaco Maam e Leonardo Mallaco, se tornando a maior oposição ao Tubarão VIII entre as temporadas 2015 a 2017. O protótipo paulista conquistou 4 vitórias na então classe P3, e até hoje é um forte competidor em sua classe em provas como 1.000 Milhas, 500 km de São Paulo e no Road to 1.000 Milhas..
Todos os campeões
Todos os vencedores
Aproveito para deixar uma nota de agradecimento ao trabalho do Niltão Amaral do Blog do Passatão, que manteve os registros dos resultados das temporadas iniciais do Endurance Brasil, e também à página Racecarpress cujos registros das histórias e lançamentos dos protótipos dos anos iniciais foram de valor inestimável para o levantamento das estatísticas desta publicação.