Novidades do Império Endurance Brasil: Sigma P1 G3

A próxima etapa do Império Endurance Brasil terá um reforço na competitiva classe P1, com a chegada da terceira geração do protótipo Sigma P1 de Jindra Kraucher e Aldo Piedade Jr. Apresentada durante a etapa do Velopark, a nova versão do protótipo gaúcho recebe a denominação G3 e traz uma série de novidades mecânicas e aerodinâmicas que prometem aquecer a disputa pelas vitórias na P1 e na geral.

Fonte: Divulgação

Utilizando uma evolução do chassi construído em 2017, o Sigma P1 G3 abandona o motor Audi V8 Turbo em prol do onipresente motor Chevrolet V8 LS3, com 7 litros de deslocamento volumétrico e preparação da Motorcar Racing de Rafael Cardoso. O transeixo continua sendo o Xtrac P1152D com novos semi-eixos foram desenvolvidos para lidar com o torque adicional do motor. O carro também conta com controle de tração ativo Fuel Tech e ABS Bosch, auxiliando o trabalho dos pilotos nas diversas condições de pista presentes em provas de longa duração.

Nas imagens divulgadas se destaca o coletor de admissão, de configuração similar ao utilizado nos protótipos AJR #11 e #65, e os coletores de descarga que possuem uma configuração diferente daquilo visto nos demais carros. Fonte: Divulgação.

À primeira vista, o Sigma P1 G3 pode até ser confundido com as versões anteriores do protótipo, já que externamente a carenagem segue uma linha evolucionária, otimizando o design original de 2019. Visto de frente, a principal mudança em relação ao protótipo Sigma G2 (equipado com motor 1.5 Turbo) é o scoop sobre o teto (1), que tem a função de tomada de ar dinâmica para o motor.

Outra modificação implementada é a tomada de ar lateral (2). Presente também no Sigma 4 cilindros (onde serve de tomada de ar para o motor), no protótipo G3 essa tomada tem função de levar ar para os radiadores de óleo, parte da revisão promovida no sistema de arrefecimento. Na nova especificação, o protótipo também será equipado com pneus de mais largos e freios de cerâmica e deverá receber ainda carenagens para as mangas da suspensão dianteira, integrando a função de tomada de ar para os discos de freio dianteiros.

Todo o gerenciamento do carro é feito por uma Fueltech FT600, parceira do projeto desde a primeira versão do Sigma ainda em 2017. Fonte: Divulgação.

Além da nova motorização, outra grande evolução do carro está no assoalho, completamente redesenhado. Enquanto originalmente o fundo do carro se estendia até a lateral (3), na versão G3 essa região foi totalmente revisada.

Agora os túneis são consideravelmente maiores, iniciando praticamente no bordo de ataque do assoalho, que tem inspiração nos designs utilizados em modelos como Aston Martin Valkyrie e nos novos Hypercars. Dentre diversas configurações de assoalho e laterais avaliadas pela Sigma, essa foi identificada como a mais eficiente para ser refinada em CFD após diversas iterações até o design final.

A construção do Sigma P1 G3 contou com apoio da FTR Motorsport, equipe que também presta o suporte de pista para os protótipos da Sigma e para o MCR Grand Am de Fernando Poeta. Fonte: Divulgação.

Ainda na seção central, as tomadas de ar dos freios traseiros mantêm a configuração da versão com motor Audi V8 (4) e dutos com perfil NACA (6) foram adicionados à carenagem do motor. As tomadas de ar dos sidepods foram redesenhadas com contorno arredondado, e agora são “dutados” até os radiadores. Por sinal, os radiadores foram reposicionados para liberar espaço para os túneis do assoalho, incluindo o novo posicionamento dos radiadores de óleo do item (2).

Outro ponto interessante é o posicionamento das saídas de escapamento, orientadas em direção ao centro da asa traseira (5), como podemos ver melhor na imagem abaixo:

A orientação das tubulações de descarga deixa clara a intenção de explorar ao máximo a asa traseira. Por estar inscrito na classe P1, a asa traseira volta a contar com o sistema DRS. Fonte: Divulgação.

Ainda sobre o assoalho, um novo difusor foi projetado com moldes feitos com perfis cortados a laser CNC, melhorando o ajuste aos contornos dos elementos mecânicos de powertrain e da suspensão traseira, que também foi redesenhada para dar mais liberdade ao projeto aerodinâmico.

Nessa imagem podemos ver o quanto o difusor traseiro evolui no novo Sigma P1. Podemos notar que as balanças inferiores agora ficam em meio ao difusor.

Com as modificações promovidas no assoalho e difusor movendo o centro de pressão em direção à dianteira, a asa traseira foi reposicionada em posição mais elevada para ajudar a manter o balanço aerodinâmico e dirigibilidade do protótipo. A equipe segue agora com os testes finais do protótipo, que deve estrear já na próxima etapa do Império Endurance Brasil, a ser realizada no Autódromo de Interlagos.

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