A temporada Endurance Brasil terá sua largada no dia 16 de março, no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia. Neste guia, vamos as novidades da temporada 2024 do Império Endurance Brasil, incluindo as principais mudanças no regulamento técnico de cada categoria e os principais modelos que estarão lutando por vitórias nas pistas neste ano que se inicia.
Atualmente, o grid do Endurance Brasil é composto por quatro classes: P1 e P2 para protótipos e GT3 e GT4 para modelos do tipo gran turismo. Os veículos podem ser abastecidos com gasolina podium, etanol ou uma mistura com 50% dos dois combustíveis, tendo a Pirelli como a fornecedora oficial de pneus para a categoria.
Classe P1
Na classe P1, competem protótipos de fabricação nacional como Sigma e AJR, ao lado de versões “especiais” de protótipos LMP3, tais como Ligier JSP320 Track Day Edition e Ginetta G58. Todos os protótipos nesta classe devem utilizar rodas de aro 18” com pneus 325/660 na dianteira e 325/705 na traseira.
📷Divulgação da categoria.
Uma das grandes novidades do regulamento para 2024 é que passam a ser permitidos somente as seguintes motorizações:
- Chevrolet V8 LT 5.5 até 7 litros;
- Chevrolet V8 LS 6.2 até 7 litros;
- Ford Coyote V8 4.9 até 5.2 litros;
- Nissan VK50 e Nissan VK56 (motorizações dos modelos LMP3)
- Volkswagen 4 cilindros 20V Turbo até 2.0.
Outra novidade é um foco maior em segurança, pois para os protótipos que não apresentem homologação FIA (LMP2 ou LMP3) ou IMSA (LMDh), será obrigatório o atendimento a um Boletim técnico criado para os protótipos P1 pela CBA com requisitos mínimos de acessibilidade e segurança.
O BoP da classe P1 foi atualizado, incluindo algumas opções interessantes de motorização como os protótipos Ligier com motorização acima de 5.151 cm³, abrindo espaço para que os protótipos franceses possam também ser equipados com motorização Chevrolet V8. Apesar de parecer estranho, a própria Ligier já fez algo parecido em parceria com a Katech no passado, nesse caso a versão “A” do protótipos JS P4 para o mercado norte-americano que divide o monocoque e seção traseira com o JSP320, o que prova que esse tipo de instalação é viável.
📷racecarsdirect.com
Além disso, diversas alterações foram feitas quanto à capacidade de tanque, massa e tamanho dos restritores. Destacamos na tabela abaixo as principais configurações utilizadas durante a temporada 2023, e as mudanças sofridas em 2024:
- Ligier JSP320: para os protótipos franceses sem DRS e com motorização Nissan ou Ford, a capacidade do tanque foi reduzida em 8 litros, enquanto os restritores foram retirados do regulamento, ou seja, os Ligier poderão ser um pouco mais rápidos porém terão menos combustível para completar os stints das provas;
- Sigma P1: enquanto em 2023 os protótipos brasileiros compartilhavam o mesmo BoP, para 2024 os modelos Sigma sofreram uma redução no diâmetro dos restritores de 85 para 78 mm na motorização Chevy V8 6.9, o que irá reduzir significativamente o desempenho, principalmente em condições de classificação;
- AJR: para os tradicionais AJR, as restrições são principalmente na capacidade do tanque das versões com motorização Chevrolet LT e Ford Coyote, além de também ter restritores menores nas motorizações Chevrolet V8 (ainda que menor do que a sofrida pelos protótipos Sigma) e a ausência de restritores para as versões com motorização Ford Coyote.
Classe P2
Para tentar reavivar a classe P2, que não teve inscritos na temporada 2023, a novidade do regulamento são as versões homologadas P2 dos protótipos Sigma e AJR, que devem seguir uma ficha de homologação própria de cada fabricante. As principais diferenças para as versões P1 estão na aerodinâmica com a proibição de DRS, proibição de aerofólios dianteiros e traseiros com mais de 2 elementos e algumas limitações como a proibição do uso de terceiros elementos nas suspensões dianteira e traseira.
📷Arquivo pessoal.
Além das versões P2 de Sigma e AJR, podem ser inscritos na categoria P2 uma miríade de protótipos nacionais de construção mais antiga, o que chamo de P2 Legacy que incluem carros como o MCR Grand Am (que chegou a competir na etapa de abertura de 2023, antes da chegada da Ligier, porém inscrito na P1), Absoluta ABS01, Predador, Tubarão XII, MCR P2, GeeBee R1, MRX turbo, Giaffone JL-G20, entre outros carros tradicionais do endurance brasileiros.
Classe GT3
Se nos protótipos temos uma configuração única no mundo, entre os GTs a história é outra, já que o regulamento adotado é o FIA GT3 que hoje é utilizado mundialmente em diversas categorias como WEC, IMSA, Super GT, DTM e diversas outras.
O regulamento técnico apresenta poucas novidades em relação ao de 2023, com o principal destaque para a inclusão da geração 992 do Porsche 911 GT3R, um indicador de que a Stuttgart Porsche deve trazer um novo carro para- substituir o modelo campeão de 2023 e das Mil Milhas 2024 para a temporada que se inicia.
Já no BoP, se destaca o aumento de capacidade do tanque para a McLaren 720S que passa de 98 para 106 litros com uma redução de 10kg no peso mínimo, e a redução do peso mínimo da BMW M4 GT3 de 1.300 para 1290 kg, com uma redução de 4 litros na capacidade máxima do tanque
Classe GT4
A GT4, última classe que iremos abordar hoje, segue o regulamento da SRO com algumas liberdades para incluir modelos como o M2 CS Racing, uma configuração para um campeonato monomarca da BMW, mas que também é utilizado em campeonatos de longa duração como o NLS.
A classe não traz novidades significativas em seu regulamento 2024, o que faz sentido dado o nível de competitividade apresentado durante a temporada de 2023. A expectativa é de um grid reduzido, com alguns competidores migrando para outras classes dentro do próprio campeonato.
