A maior novidade da categoria P1 em Interlagos, entretanto, infelizmente não pôde competir. Ainda que por fora o novo Sigma P1 seja muito parecido com o carro que competiu em 2019, sob a carenagem se trata de uma fera completamente diferente.
Se você lembra do nosso post sobre o Sigma (e se ainda não leu, leia aqui), inicialmente o protótipo gaúcho nasceu com um conceito híbrido e sem uma transmissão convencional, com um motor Audi V8 turbo ligado diretamente ao diferencial e o motor elétrico suprindo torque nas rotações mais baixas. Eventualmente, a equipe chegou à conclusão que, ainda que o conceito tenha se mostrado viável, persegui-lo implicaria em um grande investimento de tempo e dinheiro. Desde então, o time da Sigma conseguiu instalar uma transmissão Xtrac sequencial e vêm colhendo bons resultados, principalmente após converter o carro para a especificação P2.
Contudo, essa mudança de conceito não veio sem um preço, pois como não era prevista inicialmente no projeto, a transmissão acabou complicando a instalação do motor e principalmente, acabou resultando em um sobrepeso considerável, de certa forma limitando o desempenho do protótipo. Pensando nisso, para 2020 o time da Sigma investiu em uma revolução mecânica, desenvolvendo in house os próprios motor e transmissão.
Sobre o motor, trata-se de um bloco de alumínio billet (ou seja, usinado a partir de um bloco maciço de alumínio, e não a partir de um bruto de fundição) com 1.550 cm³ de deslocamento volumétrico e cabeçote Hayabusa. Com corte de giro em 10.000 rpm e o auxílio de um turbocompressor, o motor Sigma tem potência na casa dos 600 cv, além de representar um ganho considerável de peso em relação ao motor Audi (a Sigma informa uma redução de cerca de 180 kg versus o protótipo P2).
Em um movimento ousado, o transeixo também é um desenvolvimento próprio da Sigma. A unidade possui seis marchas com trocas sequenciais via borboletas, e foi desenvolvida utilizando principalmente parceiros nacionais buscando oferecer uma solução otimizada aos protótipos brasileiros com um custo de aquisição e manutenção competitivo em relação aos transeixos importados, além de simplificar a logística de manutenção, ao reduzir a dependência de componentes importados.
Além da mudança radical no motopropulsor, o novo Sigma também conta com um chassi revisado, ainda que muito parecido com o do Sigma chassi #01.
Na aerodinâmica, também foi mantido um pacote bem similar ao do carro P2, e visualmente é bem difícil diferenciar os dois carros. Além da pintura, outro detalhe que pode chamar a atenção de um olho mais atento é a ausência do recorte sobre a carenagem do motor para o turbocompressor, já que o novo motor ocupa bem menos espaço do que o V8.
Como já mencionamos, na prova de Interlagos o novo Sigma chegou a participar dos treinos livres na quinta-feira, porém um problema no câmbio acabou tirando o carro numeral 02 da prova. Esses problemas são comuns em um desenvolvimento com esse nível de complexidade, basta lembrar as dificuldades enfrentadas por outros protótipos quando da sua estréia em competições. No futuro teremos um post especial sobre cobrindo em maiores detalhes o desenvolvimento do novo Sigma, então fiquem ligados nas nossas redes sociais para maiores novidades.
A última diferença, essa bem mais sútil, é o recorte da tomada de ar traseira, que tem formato retangular no carro P2 e circular no carro P1. Como já mencionamos, o novo Sigma participou apenas dos treinos livres na etapa de Interlagos após enfrentar alguma dificuldade com a nova transmissão, fato comum em um desenvolvimento pesado como esse. No futuro iremos trazer uma postagem abordando em maior profundidade esse desenvolvimento, portanto não deixe de acompanhar nossas redes sociais e feed de notícias.
Você pode ler as partes 1 a 6 do nosso review abaixo:
Incrível site, posso colocar este link no face?
Esta em nível muito acima do que encontramos by mídia Brasil.
Parabéns pelo trabalho!!!
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