Temporada 2021 do Império Endurance Brasil – parte 1 (categorias P2 e P3)

A temporada 2021 do Império Endurance Brasil promete grandes disputas, com a chegada de novos protótipos e supercarros consolidando o grid da categoria como o mais veloz do país. Devido ao agravamento da pandemia do vírus Covid-19 o calendário foi atualizado, e a primeira etapa está marcada para o dia 01 de maio, em Goiânia. Mesmo com as mudanças, o calendário continua contando com 8 etapas:

  1. 01/05 – 1ª etapa – Goiânia
  2. 05/06 – 2ª etapa – Curitiba
  3. 03/07 – 3ª etapa – a definir
  4. 07/08 – 4ª etapa – Interlagos
  5. 04/09 – 5ª etapa – Santa Cruz do Sul
  6. 02/10 – 6ª etapa – Velopark
  7. 27/11 – 7ª etapa – a definir
  8. 18/12 – 8ª etapa – a definir

Repleto de novidades, o campeonato passa a contar com a Pirelli como única fornecedora de pneus, e as provas continuarão sendo transmitidas ao vivo pelo canal do Youtube da categoria e pelo canal fechado Bandsports. Na contagem regressiva para a primeira etapa, vamos apresentar as categorias e possíveis competidores, bem como as novidades dos regulamentos desportivo e técnico.

Regulamento Desportivo

No âmbito desportivo, a primeira novidade importante é a publicação das diretrizes da categoria para classificação dos pilotos em Ouro, Prata e Bronze, baseada em critérios similares aos da FIA porém customizados para incluir categorias da cenário brasileiro como Sprint Race, Copa Truck e Porsche Cup. Além disso, por força de regulamento o piloto com menor classificação deverá participar da primeira tomada de tempos, enquanto a segunda fica reservada aos pilotos com maior graduação (para maiores detalhes deixo o link do regulamento da categoria e para as definições sobre nível de pilotos da FIA ao final da publicação).

Outra importante atualização desportiva é a respeito da punição por não cumprimento de janela de pit stop, que foi fator decisivo na definição do título da temporada 2020. Para 2021 o texto do artigo que trata das punições deixa de citar a exclusão da prova, definindo parâmetros de punição como drive through e acréscimo ao tempo total de prova.

Muda também a pontuação, que continua progressiva, porém com maior peso para a última etapa que agora praticamente vale por duas etapas, alteração claramente direcionada a tornar o encerramento da temporada mais dramático ao praticamente eliminar a chance de um título por antecipação.

Categoria P3

Categoria de entrada entre os protótipos, o regulamento da P3 manteve-se estável em relação aos anos de 2019 e 2020, onde as principais proibições se referem a itens como freios de carbono e cerâmica, asa móvel e chassis de fibra de carbono. Nessa categoria são permitidos protótipos com motores aspirados de até 2.300 cm³ ou motores de motocicleta até 1.507 cm³.

Além disso, todos os protótipos de cockpit aberto deverão obrigatoriamente ser equipados com o HALO.

Metalmoro MRX

A P3 deve continuar vendo um domínio dos protótipos de Cachoeirinha. Mesmo assim não serão poucas as novidades, começando por Aldoir Sette, atual campeão da categoria que substituiu o chassi do seu MRX Sette por uma versão mais moderna do mesmo modelo.

Outro forte candidato é o MRX #73 da equipe LT Team de Leandro Totti, que vem para a disputa com os títulos dos 500 km de São Paulo de das Mil Milhas do Brasil no currículo.

Tudo indicar que a equipe paranaense virá com dois carros ao longo da temporada, pois recentemente adquiriu o ex-MRX #75 da Satti Racing.

Retornando às pistas em 2021 após um ano sabático, a equipe do MRX $56 pertencente aos irmãos Rafael e Gustavo Simon, segue se preparando com o carro campeão das 500 Milhas de Londrina de 2019.

Entre os MRX que costumam integrar o grid do Endurance Brasil falta ainda a confirmação da participação dos carros #72 de Carlos e Yuri Antunes e do carro #34, que competiu em 2020 com Ricardo Haag e Mário Marcondes e mais recentemente pela equipe Equivoco Racing nas Mil Milhas do Brasil.

MC Tubarão IX

Após dois anos competindo de AJR na P1, a equipe MC Tubarão volta às origens, competindo com um protótipo de fabricação própria. O Tubarão IX ressurge com motor Duratec aspirado e pilotagem de Tiel de Andrade e João Pedro Maia, e estará definitivamente entre os favoritos da categoria.

Radical SR3

A dupla de pai e filho Renato e Matheus Stumpf retorna ao Endurance Brasil após um ano sabático. Durante o ano passado o protótipo Radical SR3 da equipe chegou a ter sua venda anunciada, porém desde então os planos parecem ter mudado, e a equipe Realdrive Racing deve vir forte.

O protótipo inglês apresenta um déficit de potência em relação aos MRX melhor preparados, porém isso é compensado pelo excelente histórico de confiabilidade do valente bólido.

Categoria P2

Na categoria P2 o regulamento também segue sem grandes mudanças, a principal sendo a inclusão do modelo “JL Protótipo Silhouette 20”, modelo recentemente revelado pela equipe JDavid Team, sob o nome Giaffone G21.

Tal como em 2020, são proibidas diversas configurações de motorização:

  1. Judd Power: HK V8 LMP2, JUDD KV (ZYTEC) V8 F3000, JUDD DB3.0, JUDD DB3.4, JUDD DB4.0, JUDD GV 4.0, JUDD GV 4.2, JUDD GV 5.0, JUDD GV 5.5;
  2. Zytec;
  3. Acura HPD AR35TT;
  4. Gibson Technology: GK428 LM P2, GL458 LM P1;
  5. AER: SR20, P03, P07, P14, P25, P32, P41, P57, P60B, P63, P65, P91 e P91B;
  6. Mecachrome V634P1 LM P1;
  7. Toyota TS050 Hybrid LM P1;
  8. Proibido motores sobrealimentados acima de 4200 cm;
  9. Motores provenientes do Campeonato Alemão DTM – Deutsche Tourenwagen Masters;
  10. Motores Ford Ecoboost V6 – Ford Performance;
  11. Motores com sistema de sobre alimentação composta (turbinas ligadas em série);
  12. Motores provenientes dos Campeonatos de F1 ou F-Indy

As únicas mudanças em relação à 2020 estão no fato de que motores com injeção direta de combustível deixaram de ser proibidos, e de que para todas as motorizações passa a ser obrigatória a utilização de um restritor de 90,1 mm.

Giaffone G21

Desenvolvido originalmente para a categoria GT4, o carro da equipe JDavid Team acabou enquadrado na categoria P2 devido às suas características (conheça aqui). O modelo passou por uma extensiva bateria de testes no início do ano, com mais de 1.000 km percorridos nas mãos do piloto oficial da equipe, Allan Hellmeister, e de diversos outros profissionais e gentleman como André Negrão, Felipe Massa, Nelson Monteiro e Ramon Alcaraz.

Apesar de similar aos chassis Stock utilizados até 2019, o protótipo G21 conta com diversos recursos como controle de tração, ABS e ar-condicionado. Prova disso é que durante as sessões de testes realizados em Interlagos o modelo atingiu a melhor marca de 1m35s266, praticamente 2.5 segundos abaixo da última pole dos Stock tubulares em Interlagos.

MCR Grand Am

O MCR Grand Am é o projeto mais recente do respeitado engenheiro Luiz Fernando Cruz. Desenvolvido em conjunto com a Mottin Racing para o piloto Fernando Poeta, inicialmente o modelo recebeu a motorização, transmissão e diversos componentes mecânicos de um dos Lamborghini Gallardo GT3 do piloto. Nessa configuração o modelo atingiu resultados respeitáveis nas pistas, como a vitória nas 12 Horas de Tarumã de 2016 e o título do campeonato gaúcho de Endurance de 2018.

A partir de 2020 a motorização foi substituída por uma unidade Ford Coyote 5.0 V8, e a transmissão por uma caixa Hewland sequencial de 6 marchas. Se mantiver o bom histórico de confiabilidade que caracteriza o modelo, é um forte candidato ao título na categoria.

Sigma P1

O protótipo Sigma P1 nasceu em 2017 com uma proposta radical de ser um modelo híbrido sem uma transmissão convencional. Desde então o modelo gaúcho passou por várias atualizações, primeiro perdendo a componente híbrida e recebendo um transeixo convencional, e depois com um redesign aerodinâmico completo. O primeiro carro, equipado com motor V8 e inscrito na P2 deu show na etapa de encerramento de 2019, sendo o protótipo mais bem classificado com a sexta posição geral. Em 2020 uma nova versão do carro foi desenvolvida, utilizando um motor 1.5 turbo de quatro cilindros, com bloco billet e transeixo de projeto próprio, conjunto promissor mas que apresentou diversas dificuldades devido à complexidade de um desenvolvimento desse porte.

Além do “irmão” mais novo que poderá competir na P1, o chassi #01 do Sigma foi retrabalhado para se enquadrar no regulamento da P2, onde obteve diversas vitórias e dois vice-campeonatos para o experiente Jindra Kraucher. Ainda sem presença confirmada, o carro está recebendo atualizações da equipe poderá estar presente em uma ou mais etapas durante a temporada.

Absoluta Racing

Outro time tradicional do Endurance Brasil, a Absoluta Racing trabalha arduamente na atualização e preparação do protótipo desenvolvido pelo saudoso João Alfran com o objetivo de estrear nas pistas ainda em 2021.

Enquanto a preparação do protótipo Alfran 450A segue firme, a equipe paulista deve trazer o sempre valente Cobalt Stock Car de forma a acumular pontos para a temporada, ainda que não esteja claro nesse momento em qual categoria o Cobalt será enquadrado pela comissão técnica.

Predador

Um dos carros mais tradicionais do Endurance brasileiro, o veloz protótipo Predador da família Bana está à venda. Equipado com motorização Audi Turbo, o carro tem diversas vitórias em provas tradicionais como as 500 Milhas de Londrina, e continua sendo um carro competitivo na P2 (a última participação da família Bana na Endurance Brasil foi ainda em 2019, e resultou em vitória na categoria na pista de Goiânia). Aquele que se dispor a adquirir o modelo certamente terá um modelo competitivo para o Endurance Brasil ou para provas de menor duração.

Leitura adicional

CAMPEONATO BRASILEIRO DE ENDURANCE – REGULAMENTO DESPORTIVO E TÉCNICO 2021

FIA DRIVER CATEGORISATIONS REGULATIONS

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